sábado, 5 de dezembro de 2009
sexta-feira, 4 de dezembro de 2009
PROJETO INCLUIR E ACOLHER NA ESCOLA - DIOGO FEIJÓ
GOVERNO DO ESTADO DO ACRE
SECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO – SEE
COORDENAÇÃO DE EDUCAÇÃO ESPECIAL
ESCOLA DE ENSINO FUNDAMENTAL PADRE ANTÔNIO DIOGO FEIJÓ
DIRETOR: JUSCÉLIO TRINDADE DE OLIVEIRA
COORDENADORA DE ENSINO: MARIA LÚCIA MEIRELES
PÚBLICO ALVO: ALUNOS, PROFESSORES, PAIS E FUNCIONÁRIOS
PROFESSORAS DA SALA DE RECURSOS: FERNANDA ALBUQUERQUE FIGUEIREDO E FRANCISCA DE SOUZA COSTA
PROJETO: INCLUIR E ACOLHER NA ESCOLA
JUSTIFICATIVA
A educação especial é uma modalidade de ensino que perpassa todos os níveis, etapas e modalidades, realiza o atendimento educacional especializado, disponibiliza os serviços e recursos próprios desse atendimento e orienta os alunos e seus professores quanto a sua utilização nas turmas comuns do ensino regular.
O atendimento educacional especializado identifica, elabora e organiza recursos pedagógicos e de acessibilidade que eliminem as barreiras para a plena participação dos alunos, considerando as suas necessidades específicas. As atividades desenvolvidas no atendimento educacional especializado diferenciam-se daquelas realizadas na sala de aula comum, não sendo substitutivas à escolarização. Esse atendimento complementa e/ou suplementa a formação dos alunos com vistas à autonomia e independência na escola e fora dela.
O atendimento educacional especializado disponibiliza programas de enriquecimento curricular, o ensino de linguagens e códigos específicos de comunicação e sinalização, ajudas técnicas e tecnologia assistiva, dentre outros. Ao longo de todo processo de escolarização, esse atendimento deve estar articulado com a proposta pedagógica do ensino comum.
Este projeto tem como justificativa, promover informações acerca da inclusão dos alunos com necessidades educacionais especiais na escola regular, para uma sensibilização da comunidade escolar, pais e comunidade em geral.
OBJETIVOS
ü Fazer com que os alunos com necessidades educacionais especiais convivam num ambiente sem preconceitos;
ü Conscientizar a todos sobre a importância de saber conviver com pessoas com necessidades educacionais especiais;
ü Despertar o interesse dos demais alunos por uma sociedade mais inclusiva;
ü Promover a conscientização da comunidade escolar para mudanças atitudinais;
ü Sensibilização dos professores acerca da acessibilidade e inclusão escolar.
PLANO DE AÇÃO
Nº de ordem | Ação | Período |
01 | Elaboração do Projeto | Setembro |
02 | Apresentação do Projeto a coordenação da Escola | Outubro |
03 | Apresentar o projeto para os professores | Outubro |
04 | Solicitar dos professores a seleção de cinco alunos para participar das oficinas | Outubro |
05 | Firmar parcerias com as instituições competentes para realização das oficinas com as diferentes temáticas | Outubro |
06 | Encaminhar ofícios para as instituições que firmarem parcerias com a escola | Outubro |
07 | Realizar uma reunião com os alunos envolvidos no projeto | Outubro |
08 | Realizar oficinas temáticas com os alunos | Novembro |
09 | Subsidiar as oficinas com materiais pedagógicos adequados | Novembro |
10 | Realizar seminários nas salas de aula com os alunos que participaram das oficinas | Novembro |
11 | Premiar os alunos com certificado de participação | Novembro |
12 | Apresentar um mural com as principais idéias e textos vinculados com a temática | Dezembro |
13 | Criar um blog da Sala de Recursos para divulgação do material elaborado pelas turmas | Dezembro |
RECURSOS
TV, DVD, data-show, computador, Xerox, cartazes, cd, micro system, materiais didáticos pedagógicos e etc.
CRONOGRAMA
As atividades serão realizadas nos dias
Serão distribuídas de forma que todas as turmas sejam contempladas, participarão dois alunos de cada turma das atividades no contra turno e que terão abordagens diferentes a cada dia. Esses alunos participarão durante toda semana e depois mostrarão tudo o que aprenderam numa apresentação para a comunidade escolar.
16.11 – Abertura do Projeto Incluir e Acolher na Escola, com as professoras Francisca Costa e Fernanda Figueiredo da Sala de Recursos da escola;
Tema: Deficiência auditiva. Oficina com a Professora Nina Rosa da UFAC e uma interprete para ensinar o básico de LIBRAS aos alunos.
17.11 – Tema: Altas habilidades. Equipe do NAAH/S e um aluno com altas habilidades.
18.11 – Tema: Deficiência visual. Oficina com a Professora Joseane Martins da UFAC e participação de um aluno cego da Escola Serafim da Silva Salgado.
19.11 – Tema: Deficiência mental e física. Oficina com professores Hadhiane Perez e Clodoaldo do Dom Bosco e participação de um aluno cadeirante.
DIAS | HORÁRIO | MANHÃ | HORÁRIO | TARDE |
Todos os dias | 08h00min as 10h30min | Todas as turmas da tarde | 14h00min as 16h30min | Todas as turmas da manhã |
CULMINÂNCIA
O produto final será apresentado na sala de aula pelos alunos participantes do projeto. Essa apresentação acontecerá de forma expositiva (cartazes, panfletos, slides e etc.) e a criação de um blog, com as principais informações do projeto.
AVALIAÇÃO
A avaliação dar-se-á através da observação e participação dos alunos, considerando o envolvimento e o empenho durante a realização das atividades propostas.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
http://portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/politicaeducespecial.pdf
domingo, 29 de novembro de 2009
sábado, 28 de novembro de 2009
quinta-feira, 26 de novembro de 2009
ENTREVISTA COM UM ESTUDANTE SURDO NUMA ESCOLA INCLUSIVA
Entrevistado: Glaysson José Pinheiro Rego
Entrevistadora: Maria Salete da Silva Cardozo, aluna do curso de Especialização Tecnologias em Educação.
Intérprete da entrevista: Elizanildo Lima, professor da sala de recursos do Colégio Estadual Barão do Rio Branco.
DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DO ALUNO
Nome : Glaysson José Pinheiro Rego
Idade: 21 anos
Cidade: Rio Branco
Estado: Acre
Formação: Cursando o 3º ano do ensino Médio
Local de estudo: Colégio Estadual Barão de Rio Branco
Contatos: beauty67@hotmail.com
SALETE: sua surdez é congênita ou adquirida?
GLAYSSON: minha surdez adquiri aos 6 anos de idade
SALETE: Como foi a descoberta sobre sua surdez e o primeiro contato com a língua de sinais?
GLAYSSON: Como disse, fiquei surdo aos 6 anos de idade, mas não tenho conhecimento da causa da surdez, e o primeiro contato com a língua de sinais tive aos 6 anos de idade quando comecei a freqüentar a escola e em contato com meus amigos, mas passei muito tempo para aprender a me comunicar.
Com o passar dos tempos fui me interessando mais pela linguagem de sinais e fiz um curso com duração de 7 meses, em libras e foi onde adquiri mais conhecimentos.
SALETE: Conte um pouco como foi sua infância, adolescência e juventude.
GLAYSSON: Minha infância e adolescência não foi diferente dos outros garotos. Sempre gostei muito de jogar bola, de passear, de MSN, de baladas, shows, carnaval, de paquerar e namorar, mas de estudar também. Nunca vi a minha surdez como entrave para deixar de fazer o que eu gosto de fazer.
SALETE: Você estudou em que escola(s)?
GLAYSSON: Da 1ª até 6ª série estudei numa escola particular e lá nunca tive intérprete em sala de aula.
Da 7ª em diante estudei em escolas públicas e foi onde passei a ter maior apoio em sala de aula em relação a ter um intérprete para que facilitasse a minha comunicação com os meus professores e assim facilitando mais em minha aprendizagem.
SALETE: Você já estudou em escolas em especiais para surdos?
GLASSON: Não. Meus pais sempre fizeram questão de me matricular em escolas regulares.
SALETE: Mesmo você não tendo estudado numa escola especializada, você saberia me dizer as vantagens e desvantagens de estudar numa escola especializada e numa escola normal?
GLEYSSON: Em relação a escola regular, a vantagem é de poder estar em contato com pessoas que não são surdas, pois aprendemos muito com essa convivência, e a desvantagem é a dificuldade que temos na aprendizagem, pois algumas escolas ainda não tem intérpretes para nos acompanhar e assim dificulta em nossa aprendizagem.
Hoje já não tenho mais essa dificuldade, pois tenho uma intérprete em minha sala para ajudar na comunicação entre professor e aluno.
Já nas escolas especializadas, os alunos sempre têm acompanhamento de um professor que se comunica em libras. É um ambiente especializado, onde se tem um contato lingüístico apropriado. A maior dificuldade dos surdos é o português e nas escolas especializadas essa dificuldade pode ser superada, pois se estuda o português através da língua de sinais. Como eu disse, na escola especializada há sempre a presença de um intérprete e isso ajuda a aumentar as informações para uma melhor construção do conhecimento do aluno.
SALETE: Desde quando usa a Libras?
GLEYSSON: Desde os 8 anos de idade
SALETE: Quais as maiores dificuldades que você teve durante sua trajetória de estudante, sofreu preconceito por ser surdo?
GLEYSSON: Minha maior dificuldade como estudante foi a língua portuguesa, exatamente por não estudar português através da língua de sinais. Tenho ainda muita dificuldade de entender as palavras. E a outra dificuldade como já citei foi a falta de um intérprete para acompanhar na escola e principalmente em sala de aula.
Preconceito e já tive sim. Algumas pessoas não respeitam os surdos. Elas vêm que somos surdos e continuam falando como se escutássemos. Já com os colegas de sala de aula nuca passei por esse tipo de situação, muito pelo contrário, meus colegas procuram sempre se aproximar de mim para aprenderem a linguagem de sinais, e acabam ajudando muito.
SALETE: Você tem filhos? Se tem, como se comunica com eles? E com a sua família, todos se comunicam através da linguagem brasileira de sinais? E com os amigos que não são surdos, e pessoas ao seu redor, como é a comunicação?
GLEYSSON: Não tenho filhos. A comunicação na minha família é através de gestos e língua de sinais. Meu pai sabe um pouco, mas a minha irmã já domina libras e por isso ela serve de intérprete na minha família. E com meus colegas que não são surdos e que não sabem a linguagem de sinais procuro me comunicar com gestos ou através de uma outra pessoa que não é surda fazendo a interpretação. Também uso a comunicação escrita, tanto em casa como na escola e outros lugares.
SALETE: O que a Libras significa para você?
GLEYSSON: A linguagem em libras faz parte da comunicação de um surdo, ela é essencial para que possamos nos comunicar com o mundo, principalmente para aqueles que não escrevem. Por isso, para mim ela significa uma maneira mais fácil de poder se comunicar com outras pessoas.
SALETE: Que tecnologias você utiliza no seu dia-a-dia? E como você vê esse avanço tecnológico do mundo hoje? Esse avanço facilitou a sua vida?
GLEYSSON: Uso muito o celular para me comunicar através de mensagens como meus amigos, familiares e pessoas
Esse avanço tecnológico tornou mais fácil a comunicação entre as pessoas, sejam elas com ou sem deficiência. As informações chegam mais rápido até nós, aumentando nossos conhecimentos. Até cursos podemos fazer hoje através de acesso a Internet. Por tudo isso, facilitou muito a minha vida.
SALETE: Você tem planos para o futuro? Quais?
GLEYSON: Sim. Quero fazer faculdade e ser engenheiro civil e construir uma família.
SALETE: Qual sua diversão preferida?
GLEYSSON: Gosto de estar no futebol com meus amigos. Gosto de shows e de baladas.
SALETE: Você é uma pessoa feliz? Por quê?
GLEYSSON: Sim, sou uma pessoa muito feliz, pois tenho muitos amigos e uma família maravilhosa que está sempre me apoiando nos momentos difíceis.
SALETE: Por favor, deixe uma mensagem para os leitores do Blog Mundo do Silêncio.
GLEYSSON: Sou uma pessoa que gosta de fazer amizades, tenho 21 anos e quero aproveitar este blog para dizer que podem se comunicar comigo através do meu e-mail para amizade e poder trocar conhecimentos.
quarta-feira, 25 de novembro de 2009
Você precisa ser surdo para entender
Autores:Willerd e Madsen
Como é "ouvir" uma mão?
Você precisa ser surdo para entender!
O que é ser uma pequena criança
na escola, numa sala sem som
com um professor que fala, fala e fala
e, então
quando ele vem perto de você
ele espera que você saiba o que ele disse?
Você precisa ser surdo para entender!
Ou o professor que pensa
que para torná-lo inteligente
você deve, primeiro, aprender
como falar com sua voz
assim
colocando as mãos no seu rosto
por horas e horas
sem paciência ou fim
até sair algo indistinto
assemelhado ao som?
Você precisa ser surdo para entender!
Como é ser curioso
na ânsia por conhecimento próprio
com um desejo interno
que está em chamas
e você pede a um irmão, irmã e amigo
que respondendo lhe diz:
"Não importa"?
Você precisa ser surdo para entender!
Como é estar de castigo num canto
embora não tenha feio
realmente nada de errado
a não ser tentar fazer uso das mãos
para comunicar a um colega silencioso
um pensamento que vem, de repente, a sua mente?
Você precisa ser surdo para entender!
Como é ter alguém a gritar
pensando que irá ajudá-lo a ouvir
ou não entender as palavras
de um amigo que está tentando
tornar a piada mais clara
e você não pega o fio da meada
porque ele falhou?
Você precisa ser surdo para entender!
Como é quando riem na sua face
quando você tenta repetir o que foi dito
somente para estar seguro que você entendeu
e você descobre que as palavras foram mal entendidas?
E você quer gritar alto:
"Por favor, me ajude, amigo!
Você precisa ser surdo para entender!
Como é ter que depender de alguém
que pode ouvir
para telefonar a um amigo
ou marcar um encontro de negócios
e ser forçado a repetir o que é pessoal
e, então, descobrir que seu recado
não foi bem transmitido?
Você precisa ser surdo para entender!
Como é ser surdo e sozinho
em companhia dos que podem ouvir
e você somente tenta adivinhar
pois não há ninguém lá com uma mão ajudadora
enquanto você tenta acompanhar
as palavras e a musica?
Você precisa ser surdo para entender!
Como é estar na estrada da vida
encontrar com um estranho que abre a sua boca
e fala alto uma frase a passos rápidos
e você não pode entendê-lo e olhar seu rosto
porque é difícil
e você não o acompanha?
Você precisa ser surdo para entender!
Como é compreender alguns dados ligeiros
que descrevem a cena
e fazem você sorrir
e sentir-se sereno com
a "palavra falada' de mão em movimento
que torna você parte deste mundo tão amplo?